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sábado, novembro 07, 2015

Lei de Causa e Efeito X Lei de Ação e Reação

Consideramos o artigo a seguir importante por esclarecer os aspectos das Leis de Ação e Reação e Causa e Efeito.

ITALO S. SERRANO

LEI DE CAUSA E EFEITO e LEI DE AÇÃO E REAÇÃO
Distintas, Similares ou Iguais?

Belo Horizonte, 10 de Abril de 2011.


Estudo apresentado para a direção da Fraternidade Espírita Novo Horizonte, como justificação para a não adoção no ensino do ESDE do enfoque de igualdade ou altíssima similaridade entre as Leis de Causa e Efeito e a Lei de Ação e Reação como apresentado no Tomo II da Apostila do ESDE editada pela FEB.

Dedico este trabalho a minha companheira de trabalho cristão Adélia Miriam.

"O analfabeto do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e aprender novamente" - Alvin Tofler


RESUMO

Os objetos deste estudo são as Leis – Lei de Causa e Efeito e Lei de Ação e Reação.  Os objetivos deste trabalho são demonstrar que essas leis não são sinônimas ou iguais; que não se deve tratá-las como tal nem com fins pedagógicos, e, portanto que não se deve utilizar nos cursos e materiais didáticos do movimento espírita formas que venham, direta ou indiretamente, considerá-las como similares ou iguais, antes pelo contrário, incluir nos mesmos cursos e materiais didáticos o ensino da não igualdade ou mesmo similitude das duas leis. Atingir-se-á esse objetivo trazendo à luz as definições da natureza, contexto, complexidade de aplicação, espaço de abrangência, dependências temporais e variabilidade de conseqüências das duas leis o que mostrará inequivocamente que as mesmas, exceto por causa de fatores cognitivos e de precedência temporal de aprendizado, são leis distintas.

Palavras-chave: Lei de Ação e Reação, Lei de Causa e Efeito, Lei Divina, Lei Natural.


SUMÁRIO

Conteúdo 

INTRODUÇÃO. 8

CAPITULO I. 11

SITUAÇÃO ATUAL.. 11

1.1 Introdução. 11
1.2 Avaliando o terreno. 11
1.3 Pequena Amostragem.. 13
1.3.1 Sites e Fóruns da Internet 13
1.3.2 Conclusão - Sites e fóruns da Internet 15
1.3.3 Materiais “oficiais” da FEB.. 16
1.3.4 Conclusão sobre os materiais “oficiais”. 18

CAPITULO II. 19

LEI DE AÇÃO E REAÇÃO.. 19

Uma introdução. 19
2.1 Introdução. 20
2.2 Propriedades e Características. 21
2.2.1 Abrangência da Lei 21
2.2.2 Componentes de atuação. 21
2.2.3 Âmbito de Aplicação. 22
2.2.4 Quantidade de elementos necessários. 22
2.2.5 Temporalidade. 22
2.2.6 Duração. 22
2.2.7 Intensidade e Natureza. 23
2.2.8 Mecanismo. 23
2.2.9 Dependência de ações posteriores. 23
2.3 Conclusão. 23

CAPITULO III. 24

LEI DE CAUSA E EFEITO.. 24

Uma introdução. 24

3.1 Introdução. 25
3.2 Propriedades e Características. 25
3.2.1 Abrangência da Lei 25
3.2.2 Componentes de atuação. 25
3.2.3 Âmbito de Aplicação. 26
3.2.4 Quantidade de elementos necessários. 27
3.2.5 Temporalidade. 28
3.2.6 Intensidade e Natureza. 29
3.2.7 Mecanismo. 29
3.2.8 Dependência de influências posteriores. 30
3.3 Conclusão. 30

CAPITULO IV.. 31

QUADRO COMPARATIVO DAS LEIS. 31

Lei de Causa e Efeito X Lei de Ação e Reação. 31

CONCLUSÃO.. 33

5 Introdução. 34
5.1 Objetivo primeiro. 34
5.2 Objetivo Segundo. 35
5.3 Palavras finais. 36


INTRODUÇÃO

Na introdução do Livro dos Espíritos temos:

Figura 1 - Le Livre des Esprits - Introdução - Paris 1866
Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras
A importância de ter uma terminologia, o mais exata possível, para designar cada coisa é fundamental para evitar ambigüidades e que o novo herde características ou propriedades do já existente, por ter um mesmo vocábulo a designar ambos.

Logo, nas palavras iniciais o douto codificador já demonstra que evitar ambigüidades, pela não utilização de termos ou conceitos “impregnados” de significados outros é uma tarefa a ser cumprida pelos que militam no estudo e divulgação da nova doutrina desvelada.


Aguçada nossa curiosidade frente a conhecer qual a definição e os termos exatos utilizados pelo Mestre Lionês para designar o que denominamos de Lei de Causa e Efeito tomamos a iniciativa de pesquisar no Pentateuco da Codificação e na Revista Espírita a definição da Lei de causa e efeito; não fomos felizes no intento, visto que não nos deparamos nessas fontes com a definição direta e inequívoca da Lei de causa e efeito.


Localizamos sim o axioma:

Figura 2 - Livro dos Espíritos - Capítulo 1

Portanto, para todo efeito há uma causa e não existe uma causa sem efeito; um principio do qual facilmente se deduz a lei. Os textos pós-codificação vêm então tratar dessa lei utilizando, acertadamente, uma nova terminologia: Lei de Causa e Efeito.

Uma lei de caráter preponderantemente moral, apesar de ter sua aplicação também na fenomenologia física, que versa sobre as propriedades e mecanismos pelos quais o ato (Causa) gera uma conseqüência (efeito).
Revela-se assim uma nova lei com um novo nome a designá-la: Lei de Causa e Efeito.
-
Tudo isto se dá a partir do século 19, mas alguns séculos antes, mais precisamente em 1687, foram publicados o “Príncipia” de Sir Isaac Newton, apresentando nele as três leis do movimento.




A 3ª Lei - denominada Lei de Ação e Reação, nos é de especial interesse:


Figura 3 - Mathematical principles of natural philosophy

Para cada ação há sempre uma reação igual oposta: ou as açõesmútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais edirigidas a partes contrárias.
Usando-se de uma grande e leiga simplificação:

A toda ação corresponde uma reação contrária.

Aqui já sentimos os primeiros odores da fumaça que a similitude aparente entre a Lei de Causa e Efeito e a Lei de Ação e Reação, sendo que a última já conhecida pelos doutos e leigos a aproximadamente um par de séculos, fatalmente levaria, por desconhecimento das particularidades de cada uma, a serem tomadas, pelos não iniciados da ciência, como sendo equivalentes ou iguais.

E onde há fumaça há fogo...


CAPITULO I

SITUAÇÃO ATUAL

1.1        Introdução

Há, realmente, no meio espírita o crepitar das chamas da fogueira da confusão, pelo uso de Lei de Causa e Efeito como igual ou muito similar a Lei de Ação e Reação ou nossas admoestações são infundadas?

1.2        Avaliando o terreno.


Se o mapa difere do terreno; Acredite no terreno.
Máxima ensinada aos soldados suíços.

Tínhamos a intenção primeira de efetuar uma pesquisa em várias fontes, obras espíritas, revistas, apresentações de palestras, internet etc. para que pudéssemos comprovar que – Já há uma grande percepção, errônea, da igualdade, equivalência ou similaridade das leis aqui tratadas.


Consideramos que a internet, por sua abrangência geográfica global, diversidade de utilizadores, indo desde neófitos e curiosos a estudiosos avançados, e a quantidade de material disponível nos permitira uma excelente “visão do terreno”.


Uma rápida pesquisa na internet, utilizando o Google com as palavras: causa e efeito espiritismo nos levou a espantosos 131.000 resultados.

Pretendíamos pesquisar a combinação de outros termos: lei causa efeito ação e reação...


Mas ao analisar os cinco primeiros links, encontramos que quatro tratavam as leis como similares ou iguais e o site restante, esclarecidamente, tratava da Lei de Causa e Efeito chamando a atenção para que não de confundisse esta lei com a Lei de ação e reação.


Outros resultados pesquisados mantiveram proporção ainda maior.


Devido a essa proporção ficou claro, muito claro, que já é fato e terreno estabelecido que um grande quantitativo (Seria a maioria?) de fontes espíritas consideram, com intensidades diferentes variando de similares a idênticas as leis de Causa e Efeito e a Lei de Ação e Reação.


Mais preocupante ainda, é que entre os que se propõe a educar ou fornecer informações e materiais para educadores espíritas há uma quantidade enorme de materiais que dizem ser muito semelhantes, iguais, a mesma coisa ou mesmo tratando a Lei de Causa e Efeito como “outro nome para a forma correta: Lei de Ação e Reação”.

1.3        Pequena Amostragem

1.3.1        Sites e Fóruns da Internet

1.3.1.1       Sites que consideram a leis Idênticas, iguais ou a mesma coisa.





Figura 5 – O que é a Doutrina Espírita - GEAP -http://www.espirito.org.br/portal/palestras/geap/palestra01.html




Figura 8 - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - http://www.cvdee.org.br/ev_plano.asp?id=034

1.3.1.2       Sites que consideram as leis semelhantes.

Figura 9 - Grupo Espírita Renascer - http://www.ger.org.br/causa_e_efeito.htm

1.3.1.3       Sites que efetuaram uma substituição total dos nomes das leis.





Figura 10 - Site de Material para Evangelização Espírita Infantil - http://vstefanello.webs.com/aulacausaeefeito.htm

1.3.1.4       Site que considera as leis diferentes e alertam para o engano comum.




1.3.2        Conclusão - Sites e fóruns da Internet

É importante, chamar a atenção que nessa diminuta amostragem notamos que sites com material destinado a divulgar e ensinar a Doutrina Espírita, sites que fornecem materiais e subsídios aos educadores, inclusive da evangelização infantil, tratam as leis em diversas escalas da semelhança à igualdade.

1.3.3        Materiais “oficiais” da FEB


E os materiais de ensino produzidos pelos órgãos “oficiais”?

O fato que venceu nossa inércia – de ficar apenas olhando a situação – nos levando a produção deste trabalho foi justamente quando encontramos numa apostila produzida pela FEB – objetivando ser o material de uso e referência para os cursos de estudo da Doutrina Espírita - a apostila para o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Tomo II – FEB no Módulo X – Roteiro 4  que trata da Lei de Causa e Efeito encontramos a mistura entre Causa e Efeito e Ação e Reação.


Vejamos esse material mais criteriosamente.

1.3.3.1       Apostila – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Tomo II – FEB

Sem dúvida uma boa apostila, que usamos na nossa tarefa de Coordenação do ESDE em nossa Casa Espírita, e que admiramos o trabalho na sua objetividade e concisão.


Mas, como veremos, provavelmente por um descuido, esta excelente publicação dá continuidade a questão de se misturar as duas leis.


Vamos examinar o Módulo X – Roteiro 4 – O principio de Ação e Reação em suas partes constituintes e a questão em pauta.
1.3.3.1.1             Título
“O principio de ação e reação”


O título nos leva, apesar de não o usar o termo “Lei”, que o assunto do roteiro será a Lei de Ação e Reação.
1.3.3.1.2             Objetivo Específico
“Explicar o princípio de ação em reação, segundo o entendimento espírita”


Aqui já notamos claramente, que devido ao uso do termo incorreto, foi necessário colocar – segundo o entendimento espírita – para direcionar o significado e diminuir a ambigüidade.


Não seria melhor usar o termo não ambíguo: Lei de Causa e Efeito??
1.3.3.1.3             Sugestões Didáticas
Na introdução das sugestões didáticas da apostila é usada a terminologia – Causa e Efeito – adequadamente.

Importante notar que no item B da introdução é pedido que se explique a diferença entre a Lei de Causa e Efeito e a pena de Talião – Dente por dente e olho por olho.

Sabemos que sempre ao tratarmos da Lei de Causa e Efeito alguns neófitos se lembrarão e farão a ligação, indevida, com a pena de Talião.


No entanto a Lei de Ação e Reação de Newton, quando forçamos indevidamente, sua aplicação no escopo moral/social, apresentará similitude com a pena de Talião – força contrária de mesma intensidade e natureza – o que reforça mais ainda a errônea percepção da igualdade da primeira com a Lei de Causa e Efeito.


Atentemos que quanto mais se usar a Lei de Ação e Reação para designar ou referenciar a Lei de Causa e Efeito, mais reforçaremos nos aprendizes a falsa ligação:

Lei de Causa e Efeito <–> Pena de Talião.
Este fato ocorre com tanta freqüência que a apostila da FEB pede ao instrutor que trate especificamente desta questão para evitar erros sérios.


No entanto, a própria estrutura e conteúdo da apostila da FEB colaboram para criar esse entendimento errôneo, nos aprendizes, ao misturar os termos designativos das duas leis que não são iguais.
1.3.3.1.4             Subsídios
Mais grave, a nosso ver, é no inicio dos subsídios onde se lê:

A “Lei de Ação e Reação”, ou princípio de causa e efeito, está relacionada...

Aqui nos absteremos de maiores comentário, pois está explicito o tratamento de igualdade entre as leis.

1.3.4         Conclusão sobre os materiais “oficiais”

Não vemos necessidade de perscrutar outros materiais, ou literaturas para explicitar que o uso indiscriminado de duas leis distintas, como se fossem sinônimas existe não somente no uso comum, como nos materiais oficiais ou gerados por casas e organizações espíritas.


Alertamos que esse uso indiscriminado aumenta a visão equivocada que liga a Lei de Causa e Efeito a pena de talião, e sabemos mas ainda não tratamos, de outras conseqüências.


Apontamos também que a questão se tornou tão patente que na própria apostila pede-se que os instrutores falem explicitamente sobre a diferença da Lei com a pena de Talião.

CAPITULO II

 

            LEI DE AÇÃO E REAÇÃO        

Uma introdução 

2.1        Introdução

A 3ª Lei - denominada Lei de Ação e Reação, nos diz:


Figura 12 - Mathematical principles of natural philosophy

Para cada ação há sempre uma reação igual oposta: ou as acçõesmútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais edirigidas a partes contrárias.
 
Desta formulação original vamos utilizar uma definição mais didática que chama atenção para as diversas nuances da Lei.

3ª Lei de Newton – Lei de Ação e Reação

“Para toda força que surgir num corpo como resultado da interação com um segundo corpo, surgirá nesse segundo corpo outra força, chamada de reação, cuja intensidade e direção são as mesmas da primeira mas, cujo sentido é o oposto da primeira

Vamos nortear este capítulo expondo as características fundamentais da Lei de Ação e Reação, sem entrar em suas aplicações ou cálculos na esfera da matemática ou física aplicada. Não objetivamos fazer uma análise, estudo descritivo da mesma, e sim apenas, levantar o que a caracteriza e delimita seu escopo

2.2        Propriedades e Características

2.2.1        Abrangência da Lei

As Leis de Newton se aplicam para os movimentos de objetos macroscópicos, com velocidades bem menores que a da luz e em campos gravitacionais moderados.

A três Leis de Newton
... são uma boa aproximação para objetos macroscópicos dentro das situações cotidianas. Contudo, as leis de Newton (combinadas com a gravitação universal e eletrodinâmica clássica) são inapropriadas em certas circunstâncias, notavelmente em escalas muito pequenas, altas velocidades (na relatividade especial, o fator de Lorentz deve ser incluído na expressão para a dinâmica junto com massa de repouso e velocidade) ou campos gravitacionais muito fortes. Assim as leis de Newton não descrevem fenômenos como a condutividade elétrica de um semicondutor, propriedades óticas das substâncias. Explicar esses fenômenos requer teorias físicas mais sofisticadas, como relatividade geral e teoria quântica dos campos.

2.2.2        Componentes de atuação

Força entre dois corpos diferentes.
 A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação,[3] diz que todas as forças são interações entre corpos diferentes,[17] e por isso não existe algo como uma força unidirecional ou uma força que age em um único corpo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Newton#Terceira_Lei_de_Newton

2.2.3        Âmbito de Aplicação

Uma lei da física que descreve fenômenos físicos e não morais, associada a forças aplicadas entre um par de corpos.

Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A— ambas as forças agem pela mesma linha.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Newton#Terceira_Lei_de_Newton

2.2.4        Quantidade de elementos necessários

Binária: Sempre aos pares. Não é possível sua aplicação a um corpo apenas.

De forma simples: uma força age entre um par de objetos, e não em um único objeto.

2.2.5        Temporalidade

Simultaneidade; manifestação imediata, instantânea.

2.2.6        Duração

Enquanto houver a força de ação haverá a força de reação.

Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A...
2.2.7        Intensidade e Natureza


A reação tem, exatamente, a mesma intensidade e natureza da ação.


As forças não se anulam.
 ...uma força de mesma magnitude no corpo A — ambas as forças agem pela mesma linha .... mas agem em direções opostas. ... As duas forças na terceira lei de Newton são do mesmo tipo 

2.2.8        Mecanismo

Simples e direto: Aplicada uma força surge, imediatamente, uma força de reação de mesma intensidade, natureza e direção com sentido contrário.

2.2.9        Dependência de ações posteriores

Nenhuma, devida a sua simultaneidade e ao fato da reação só existir enquanto há uma força de ação.

2.3        Conclusão

Temos aqui uma lei, de abrangência limitada a – somente entre 02 corpos físicos macroscópicos, em velocidades pequenas, numa gravidade moderada.


A análise da própria abrangência é suficiente para concluirmos se tratar de uma lei física, de abrangência claramente delimitada, que não abrange questões morais, não materiais e nas quais não estejam envolvidos dois objetos ou corpos interagindo entre si.


CAPITULO III


LEI DE CAUSA E EFEITO

 

Uma introdução

3.1        Introdução


Vamos nortear este capítulo expondo as características fundamentais da Lei de Causa e Efeito, usando como modelo as mesmas propriedades especificadas no Capítulo dedicado a Lei de ação e reação – com certa dificuldade visto serem leis que tem uma abrangência e espaços de atuação diferentes - sem entrar em suas formas de aplicação na vida material e espiritual, nem em conseqüências filosóficas e morais.

3.2        Propriedades e Características

3.2.1        Abrangência da Lei

É uma lei universal, natural ou divina, sua aplicação se dá em todo o universo.

  
A Lei de Causa e Efeito, que é Lei da Natureza,
Triunfo Pessoal – Joanna de Ângelis (Espírito) – Editado pela LEAL, 2002

3.2.2        Componentes de atuação

Conjunto universal dos efeitos e suas causas no campo material e moral.

3.2.2.1       No campo material

Exemplo: Se uma pessoa de pele clara se expõe ao sol, por um tempo longo, sem os cuidados necessários, terá conseqüências ou efeitos.


Estes poderão ser:

·         Determinísticos, imediatos, no exemplo, queimaduras e/ou insolação.
·         Estocásticos, que podem acontecer ou não e cuja evolução temporal (determinística ou essencialmente probabilística) esteja no complexo reino das probabilidades. No exemplo temos o câncer.


3.2.2.2       No campo Moral


Exemplo: O mal que fazemos ao próximo retorna a nós, um efeito estocástico que não terá necessariamente a mesma intensidade e natureza do mal que causamos e poderá ocorrer a tempo variável da efetivação do ato mal. 

“A Lei de Causa e Efeito, que é Lei da Natureza, imprime os seus códigos em nome da Divina Justiça e a criatura sofre os efeitos malsãos dos seus impulsos não controlados, das suas ações infelizes, da sua persistente rebeldia em não aceitar os convites superiores da ordem e do dever ...
...Mediante um contingente de provações ou novas experiências sob o talante dos sofrimentos dependentes apenas da vontade, porém com excelentes possibilidades de recuperação, ou através das expiações que encarceram os calcetas nos limites impostos ao corpo ferido pelos dardos perversos dos atos transatos, o Espírito cresce e desenvolve os seus potenciais, porque é irreversível a Lei de Evolução.
Triunfo Pessoal – Joanna de Ângelis (Espírito) – Editado pela LEAL, 2002.
3.2.3    Âmbito de Aplicação


No universo dos efeitos e suas causas no campo material e moral.

“A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou.”    
 E.S.E. - Capitulo 8 – 21 Nota

“Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga;...”  
 Céu e Inferno – Pag. 110
Graças a essa Lei, cada qual faz de si o que lhe apraz, com direito a realizar o que lhe pareça próprio, espontaneamente, porém, retornando pelo mesmo caminho para recolher a desditosa sementeira, quando forem maus os seus atos ou coletar as flores e frutos de alegria, quando os produzirem mediante o adubo do amor.
Triunfo Pessoal – Joanna de Ângelis – Ed. LEAL, 2002
“... após conquistarmos a coroa da razão, de tudo se nos pedirá contas no momento oportuno, mesmo porque não há progresso sem justiça na aferição de valores.”
“Quanto mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações.”
Ação e Reação – Pag.: 107 108, e 109 – André Luiz/Chico Xavier - FEB

3.2.4        Quantidade de elementos necessários

Um agente.
“A responsabilidade das faltas é toda pessoal, ninguém sofre por erros alheios, salvo se a eles deu origem, quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo quando poderia fazê-lo.”  
Céu e Inferno. - Pag.: 116 – 21
3.2.5        Temporalidade

Variável: Pode a manifestação do efeito ser imediata, instantânea ou distar de vários séculos.
“Se admitimos a justiça de Deus, não podemos deixar de admitir que esse efeito tem uma causa; e se esta causa não se encontra na vida presente, deve achar-se antes desta, porque em todas as coisas a causa deve preceder ao efeito;...”
 O que é o espiritismo – Q 134
“Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente.”   
E.S.E – Cap. 6 – Item 6 - FEB

“Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez.”                             
Céu e Inferno -  Pag 110
3.2.6        Intensidade e Natureza


A intensidade do efeito ou conseqüência pode ser diferente da intensidade da causa ou até mesmo ser nula.

“Toda imperfeição é, por sua vez, causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos..”                
      Céu e Inferno - Pag 107

“Deste modo o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem.”
 Céu e Inferno -  Pag 111 – 13
“Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. [... ] só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. [...]”               
Céu e Inferno - Pag. 112 – 16

3.2.7        Mecanismo

Complexo, estocástico, os efeitos podem ser alterados por uma miríade de fatores inclusive por atos posteriores a causa.
“Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: — a única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório,segundo o seu valor”
  Céu e Inferno - Pag. 111 - 12

3.2.8        Dependência de influências posteriores

Muitas, os efeitos podem ser alterados por uma grande quantidade de fatores inclusive por atos posteriores a causa.

“Nas sublimadas regiões celestes de cada orbe entregue à inteligência e a razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno;...”
Ação e Reação – Pag.: 106 – André Luiz/Chico Xavier - FEB
“Deste modo o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem.”
 Céu e Inferno -  Pag 111 – 13
3.3        Conclusão

Temos aqui uma lei natural, de ampla abrangência, atuante no campo físico, espiritual e moral, válida em contextos do micro ao macro, atemporal, independente de velocidades e massas.


Uma lei com tal abrangência que é antes um principio universal.


Como um princípio, uma lei básica, vê-se que a mesma é simples em seu conceito e em sua definição, mas complexa nas nuances dos mecanismos de sua aplicação, onde efeitos deterministas e estocásticos se manifestam nos processos materiais do mundo físico, nos comprometimentos e na evolução moral do mundo espiritual, nos seres materialmente corpóreos e incorpóreos. Todos, igualmente, sob o seu talante.


CAPITULO IV


QUADRO COMPARATIVO DAS LEIS


Lei de Causa e Efeito  X  Lei de Ação e Reação



Características
Lei de Ação e Reação
Lei de Causa e Efeito
Abrangência
As Leis de Newton se aplicam para corpos macroscópicos em movimento com velocidades inferiores a da luz em gravidade moderada.
Lei Universal, natural ou divina. Aplica-se em todo o universo.
Âmbito
Uma Lei Física, não moral descreve fenômenos físicos de forças aplicadas entre um par de corpos.
No universo dos efeitos e suas causa, no campo material, espiritual e moral.
Numero de elementos
Binária, Duas forças aplicadas em corpos diferentes.
Pode atuar em um ou mais elementos.
Temporalidade
Manifestação imediata, simultânea.
A manifestação do efeito pode ser imediata, após um período temporal, distar vários séculos ou ser anulada.
Intensidade
As forças (de Ação e Reação) possuem sempre a mesma intensidade, a mesma direção e sentido oposto.
A intensidade do efeito pode ser diferente da intensidade da causa ou até mesmo ser nula.
Anulação
As forças nunca são anuladas.
O efeito ou a conseqüência pode ser anulado.
Duração
A força “de reação” permanece enquanto durar a ação.
Os efeitos ou conseqüências podem persistir por pouquíssimo tempo a vários séculos.
Natureza
A natureza da reação é sempre a mesma da ação.
A natureza do efeito pode diferir da natureza da causa.
Mecanismo de Atuação
Simples e direto.
Complexo, probabilístico, com muitas variações
Dependência de fatos posteriores
Nenhuma, a reação só existe enquanto há uma força de ação.
Muitas, de diversas circunstâncias e de atos posteriores a causa.

CONCLUSÃO


5          Introdução



Vejamos se cumprimos com os objetivos apontados no nosso resumo inicial.

5.1        Objetivo primeiro.


Demonstrar que as Leis de Causa e Efeito e de Ação e reação não são sinônimas ou iguais



A leitura dos capítulos 2 e 3 nos leva a uma melhor compreensão das propriedades e características, aplicação e abrangência das leis estudadas, o que comprova, cabalmente, a diferenciação das duas.


A observação do quadro comparativo do capítulo 4 deixa bem clara a diferença – nenhumas das características estudadas são iguais, pelo contrário diferem significativamente – tal constatação poderia nos levar a precipitação de dizer que são leis “que nada a ver tem uma com a outra”.


Pelos dados apresentados - fica provado que as duas leis não são as mesmas ou iguais - no entanto, se analisarmos os dados não matematicamente, mas funcionalmente, notaríamos a necessidade de “um outro olhar”, mais amplo, sobre a questão.


Como a tendência de confundir as duas leis é muito grande, independente do grau de instrução dos indivíduos, nossa suposição inicial - de que a confusão se daria porque a Lei de ação e reação foi descoberta bem antes da revelação da Lei de Causa e Efeito; que a Lei de Ação e Reação é bem mais próxima da realidade do dia a dia das pessoas; sendo a Lei de Ação e Reação de mecanismo simples, de fácil assimilação subjetiva o que as leva a “simplificar” a Lei de causa e efeito, muito mais complexa e abrangente, identificando-a com a lei de Ação e Reação - nos pareceu insuficiente.


Da análise do aqui levantado surgiu para nós outra possibilidade que dentro da limitada elaboração permitida pelo tempo, nos parece bem plausível, mas carece ainda de passar por um crivo maior de analise e testes.


A proposição vislumbrada é que a Lei de Ação e Reação é na realidade um caso muito, muito específico da Lei de Causa e Efeito. Essa especificidade é tanta que a primeira não pode ser igualada a segunda, mas a primeira obedece aos princípios da segunda, ou seja: A Lei de Ação e Reação está contida no universo de validade da Lei de Causa e Efeito e obedece aos seus princípios.


Este fato faz com que automaticamente tomemos as Leis como similares, próximas, iguais, ou as mesmas, de forma inconsciente.


Nosso intelecto tenta compreender, abranger algo novo, complexo ligando-o a algo mais simples e conhecido, que intui ligado.


Esse processo é realimentado por cada individuo que expressa essa igualdade indevida, por cada publicação virtual ou impressa que segue a mesma linha, perpetuando assim o engano e dando a ele ares de verdade.


Apenas uma proposição, que mesmo se provada não verdadeira, não invalida a conclusão de que não são e não se devem tratar as leis de causa e efeito e de ação e reação como iguais, e que este tratamento equivocado está realimentando o engano.

5.2        Objetivo Segundo

Demonstrar que não devemos tratar as duas leis, nem mesmo com fins pedagógicos, como sendo iguais ou utilizar uma para introduzir os conceitos da outra.

A própria necessidade da elaboração deste trabalho e de outros que começam a surgir na comunidade virtual. Os textos existentes que já alertam a questão. A recalcitrante necessidade de ensinar que a Lei da Causa e Efeito não é a pena de Talião, mais próxima, na realidade, da Lei de Ação e de Reação. As supostas características comuns - inexistentes ou mínimas na realidade. Leva-nos a concluir que devemos tomar o cuidado zeloso de não tratar as Leis como iguais ou similares ou pedagogicamente utilizar uma para introduzir a outra.

5.3        Palavras finais


Numa realidade onde tal visão encontra-se disseminada, devemos não somente evitar novas abordagens dúbias, mas incentivarmos e trazer a luz os casos já manifestos e sugerir sua adequação.


E principalmente, fazer voz para que nos excelentes materiais da FEB e de outros órgãos ligados ao movimento espírita se suprima esse modo de denominar a Lei de Causa e Efeito bem como o modo de abordar seu ensino através de paralelos com a Lei de Ação e Reação.


Mais do que levantar a questão específica aqui analisada, queremos trazer à baila a questão de que o movimento espírita, já muito cuidadoso, deveria ampliar mais ainda seu zelo em seus meios de divulgação, - materiais, impressos, apresentações, palestras, recursos virtuais e visuais - pelo uso de termos adequados, linguagem não ambígua e fazer a orientação e crítica saudável quando do uso de termos, figuras ou comparações não desejáveis.


Não se trata de censura, cobrança, desvalorização ou ridicularizarão de trabalhos, mas sim, de gerar uma dinâmica, baseada na alteridade e caridade, que amorosamente leve os formadores de opinião, educadores espíritas e a todos os irmãos de doutrina a divulgarem de forma clara e objetiva a nossa linda e sábia Doutrina e o Evangelho de Jesus.


Aqui termina nosso pequeno ceitil de contribuição. Espero que ele seja manuseado, como os talentos da parábola, pelas mãos e mentes de hábeis irmãos cultos e trabalhadores e possa ser assim multiplicado, se contiver algo sábio e construtivo, ou enterrado e tirado do alcance dos olhos de todos se for algo destrutivo e que leve ao engano ou a conflitos inúteis.


Vivamos em paz, na paz do Cristo Jesus.

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FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Almeida, Waldehir Bezerra Ação e Reação ou Causa e Efeito – Revista Internacional de Espiritismo – Janeiro de 2001 – Pag. 535/536 – Fonte: www.nossolar.net [Artigo Internet]

Ângelis, Joanna de (Espírito) Triunfo Pessoal [Livro]  Editora LEAL, 2002

Centro Virtual de Divulgação e Estudo  Espiritismo – www.cvdee.org.br [Site internet]
Desconhecido  Lei de Causa e Efeito – GEDE – Grupo de Estudos da Doutrina Espírita - grupo.gede.vilabol.uol.com.br

Espiritismo e Evangelho – sites.google.com/site/espiritismoeevangelho [Site internet]

Espiritismo em Estudo – espiritismoemestudo.blogspot.com [Site internet]

Forum Espírita – www.forumespirita.net [Site internet]

Grupo Espírita Renascer – www.ger.org.br [Site internet]

Kardec, Allan  Le Livre des Esprits [Livro Digitalizado] – Introdução – Paris 1866

______ Céu e Inferno [Livro Digitalizado] – Pag. 107-116

______ Evangelho Segundo o Espiritismo [Livro Digitalizado] – Cap. 6 e 8

______ Livro dos Espíritos [Livro Digitalizado] – Capítulo 1

______ O que é o Espiritismo [Livro Digitalizado] – Q. 134

Luiz, André (Espírito) Ação e Reação [Livro Digitalizado] – Pag. 106, 116

Medeiros, Jorge Lei de Ação e Reação Não é Lei de Causa e Efeito www.apologiaespirita.org [Artigo Internet]

Newton, Isaac – Mathematical principles of natural philosophy [Livro Digitalizado]

O que é a Doutrina Espírita – GEAP – www.espiritismo.org.br [Site internet]

Portal Espírita L.E.M.A – www.lema.not.br [Site internet]

Site de Materiais para evangelização infantil – vstefanello.webs.com [Site internet]

Site de Pesquisas – www.google.com.br [Site internet]

Tavares, Rodrigo Machado – Lei de Causa e Efeito X Lei de Ação e Reação [Revista] The Spiritist Magazine (TSM) - www.thespiritistmagazine.com

Wikipedia – pt.wikipedia.org [Site internet]
Artigo extraído do blog http://gepede.blogspot.com.br/2011/10/primeiro-post.html, acesso em 07/11/2015

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