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domingo, março 31, 2013

165 anos de Hydesville (título original: CENTO E SESSENTA ANOS DE HISTÓRIA)

Por Orson Peter Carrara.

Foi no dia 31 de março de 1848, portanto, há 160 anos, que, no vilarejo de Hydesville, que ficava perto da cidade de Rochester, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, ocorreram fenômenos que marcariam o início da era espiritualista para a humanidade.

Ali morava a família metodista Fox, composta de três filhas (Leah Fox, Margaret Fox e Katerine Fox), duas das quais viviam com os pais (Maggie e Kate); Leah era professora de música em Rochester. A família se estabeleceu na humilde casa desde 1847, no entanto foi no ano seguinte que barulhos estranhos começaram a acontecer. Esses ruídos misteriosos despertaram a curiosidade da pequena Kate, então com 11 anos, que decidiu manter um certo diálogo com os supostos ruídos, através de pancadas na parede. Através dessa primitiva comunicação, ficou-se sabendo que o autor das pancadas era o Espírito do vendedor ambulante Charles B. Rosma, que fora assassinado há cinco anos pelo antigo proprietário da casa e enterrado na adega. Utilizando-se do alfabeto combinado com o número de pancadas a representar as letras, iniciou-se uma comunicação sistemática com os Espíritos.

Na Europa, todavia, logo nos anos seguintes, tornou-se motivo de diversão e entretenimento o fenômeno que ficou conhecido com a dança das mesas, ou as chamadas mesas girantes, que atraía a atenção da sociedade da época, também provocados por esses desconhecidos seres invisíveis.

Em 1854 o respeitado cidadão francês Hipollyte Léon Denizard Rivail (03/101804–Lion – 31/03/1869-Paris), professor, poliglota e autor de vários livros na área da educação, homem conhecido por sua análise metódica e ponderada dos fatos que lhe trouxessem, levado por amigos, tomou contato com os estranhos fenômenos.

Submetendo referidos fenômenos aos critérios científicos da observação imparcial e da análise criteriosa dos conteúdos trazidos por textos produzidos em diferentes países e por pessoas desconhecidas entre si, e, ao mesmo tempo, igualmente propondo perguntas de caráter geral dos conhecimentos humanos a tais seres invisíveis, concluiu pela existência racional dos Espíritos, publicando em 18 de abril de 1857 (portanto, há mais de 150 anos) a obra O Livro dos Espíritos, e utilizando-se do pseudônimo Allan Kardec.

Referida obra desdobrou-se nas demais que compõe a chamada Codificação Espírita (organização dos ensinos e revelações trazidas pelos próprios espíritos) e fez surgirem os adeptos do Espiritismo, palavra criada pelo próprio Kardec em 1857, que, por sua vez, fundaram as instituições espíritas que se espalham pelo planeta. Referidos ensinos baseiam-se no Evangelho de Jesus e expurgam da história da humanidade a ignorância sobre a origem, natureza e destinação dos seres humanos, antes seres imortais com passagem temporária pelo planeta em corpos de carne, em múltiplas existências – a reencarnação -, cujo principal perfil é a justiça e única explicação para os extremos da condição humana, em todos os aspectos da experiência humana que se possam submeter tais extremos.

Perde-se a característica de misticismo até então dominante; fica sem lógica a tentativa de explicação dos espíritos como seres sobrenaturais e mesmo o medo, indiferença ou desprezo que tais seres possam inspirar nos seres humanos do planeta. Eles, os espíritos, somos nós mesmos. Ora habitamos um corpo do carne, ora dele estamos libertos, nas experiências necessárias e continuadas de aprendizado. Estão em toda parte, trabalham e estudam para progredir e aprender e nos procuram por que nossas vidas são solidárias. Afinal a morte não destrói os laços de afeto ou de desafeto.

A data é histórica. Também no mesmo dia Kardec retornava ao plano dos espíritos, em 1869. E hoje, 2 de abril, quando você lê essa matéria, comemora-se também o aniversário de Chico Xavier, o maior médium de todos os tempos, que nasceu em 1910. Se você gostou, leia e estude O Livro dos Espíritos.


O autor é palestrante e escritor e reside em Matão. Tem tres livros publicados e seus artigos e agenda estão no site http://www.orsonpcarrara.com.br/

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